quarta-feira, março 29, 2006

Benfica vs Barça em imagens

O sonho continua

O Benfica sofreu a bom sofrer. Normalíssimo, perante o evidente desnível qualitativo entre os jogadores de ambas as equipas. Mesmo considerando as ausências de ontem, quantos jogadores do Barcelona se sentariam no banco do Benfica? Talvez Valdez, talvez Oleguer, talvez Iniesta. Todos os outros teriam a titularidade assegurada. A verdade é que, olhando para os últimos 20 anos do futebol, poucas equipas podem rivalizar com este Barcelona, tanto em qualidade como em quantidade. Talvez o Dream Team de Cruyiff, talvez os Galácticos de há 3/4 anos...
Ainda assim, a resposta do Benfica foi boa. Os jogadores, exceptuando Robert, deixaram a pele em campo e tudo fizeram para conseguir um resultado positivo. E quando assim é, pouco se pode apontar. Mesmo que inferiores no futebol jogado, mesmo que protegidos pela sorte, tiveram garra, dedicação e entrega. E isso é o que se exige sempre aos jogadores do Benfica. Eles cumpriram e dignificaram a camisola. Por isso mesmo, a forma nervosa como entraram em campo, o tempo que o meio-campo demorou a acertar posições, tudo isso é secundário. O zero-zero deixa esperanças, mesmo que infinatamente diminutas, e enquanto estas existirem, o sonho permanece bem vivo. Tudo vai depender da concentração e do espírito de sacrifício dos jogadores. E se dobrámos Anfield, porque não Nou Camp?

terça-feira, março 28, 2006

Está quase!!!

Hoje há pouco a dizer. O favoritismo está do outro lado, a pressão também. É certo que isso já aconteceu noutros momentos desta época europeia, mas, hoje, o melhor jogador do mundo visita-nos. Assim sendo, resta-nos disfrutar. Devemos manter a ambição, e o sonho de visitar Paris em maio, mas sem nos preocuparmos em demasia com o que possa acontecer. Se o Benfica ganhar, a sua projecção mediática ganhará novos contornos - se é que isso é possível . Se perdermos, tudo é normal. Nem as bocas dos rivais nos vão chatear. Assim sendo, para quê preocuparmo-nos se joga Nélson ou Rocha, mesmo que o primeiro seja mais rápido, Beto ou Karagounis, mesmo que hoje haja espaço para o grego espalhar o seu perfume, Robert ou Miccoli, mesmo que a manha italiano seja ideal para explorar a inexperiência de Rodri ou a falta de rotina posicional de Motta? Sigamos então para a Luz, sem nervos e de máquina fotográfica em punho, que esta ocasião pode ser irrepetível.

segunda-feira, março 27, 2006

Recortes catalães - 'Mundo Deportivo'

Cuestionado sobre jugadores concretos antes de iniciar viaje a Portugal, Frank Rijkaard se refirió al canterano Rodri, titular este sábado en Málaga debido a una serie de bajas en defensa que se repetirán este martes. Rijkaard se negó a adelantar si ante las bajas de Puyol o Márquez alineará a Rodri en Da Luz, pero destacó que el jugador está "preparado, bien ,con muchas ganas, pero no hay que poner toda la atención en él, porque un sólo futbolista no decidirá el encuentro".

“Por eso, estoy seguro de que me van a pitar mucho en este partido. Es normal porque en Portugal la afición quiere más a los clubs que a la selección. Yo estoy preparado porque ya era el más pitado del Oporto, supongo que porque destacaba en el eterno rival. Y los partido entre Oporto y Benfica son allí como aquí los Barça-Madrid”.


Samuel Eto'o es un ganador. Y lo último que le pasa por su cabeza es salir a un terreno de juego a especular con el resultado del partido de ida de una eliminatoria pensando en el de vuelta. “Vamos a Lisboa a sentenciar”, aseguró ayer el camerunés. El delantero azulgrana, no obstante, advirtió de la dificultad de regresar de la capital lusa con un triunfo. “Será muy complicado, ellos son un buen equipo. Nosotros debemos jugar con mucha cabeza. Debemos buscar la victoria, pero con mucha cabeza, intentando no encajar goles”

EL CONTRA ATAQUE
Es la principal arma del Benfica. Sus delanteros son muy rápidos y el resto del equipo juega para ellos. En cuanto cortan un balón, los buscan practicando un fútbol muy directo.

Que juegue Rodri permitiría además al equipo mantener su clásico sistema con los futbolistas idóneos en cada demarcación. Belletti, que en Málaga fue uno de los jugadores que más oportunidades generó, y Van Bronckhorst serían los laterales y Oleguer el otro central. Y Motta podría seguir en su posición ideal, la de pivote por delante de la defensa, con Van Bommel y Deco como escuderos. Colocar a Thiago en el eje de la zaga sí supondría un cambio demasiado brusco.

Recortes catalães - 'Sport'


El Barça empató en Màlaga y el Benfica ganó por la mínima al Sporting de Braga en casa. Es ahora cuando las mentes de ambas plantillas se preparan para afrontar el primero de los dos duelos. El técnico del equipo portugués, Ronald Koeman, sabe como manejar este tipo de empresas y consciente de que el Barça es uno de los mejores equipos de Europa trata de despertar la autoestima de su plantilla que, todo sea dicho, ha dejado en la cuneta al actual campeón de la máxima competición continental, el Liverpool de Rafa Benítez.

Frank Rijkaard ha respondido a las declaraciones de Ronald Koeman ("El Barça va un poco sobrado", dijo) explicando que el técnico del Benfica sólo quiere calentar el partido con sus palabras. Rijkaard en cambio ha desmentido que el vestuario barcelonista se sienta superior, "porque no es verdad en absoluto", y añadió que nadie puede presumir de éxito "sin luchar, sin sacrificarte".

Sobre el papel, el Barça es el favorito ante un Benfica que todavía tiene cuentas pendientes con los barcelonistas tras aquella desgraciada final de la Copa de Europa de 1961. Pese a ‘pagar’ parte de la ‘deuda’ en la liguilla de la temporada 1991-92, al Barça le falta por ‘cobrar’ en una enfrentamiento directo, cara a cara. Y ésta es la ocasión que estaba esperando desde hacía 45 años.

Paco Fortes, conocedor del fútbol portugués, analizó para SPORT a los jugadores claves del Benfica. De sus responsables prefiere no opinar.
Moretto: La solución de emergencia
Nelson: Un Cicinho
Luisao: Una garantía
Anderson: El complemento
Ricardo Rocha: Multiusos
Beto: Un Gravesen
Petit: Un pulmón
Manuel Fernandes: Futuro crack luso
Geovanni: Un viejo conocido
Nuno Gomes: El goleador
Simao: La estrella
Miccoll: El revulsivo
Mantorras: El niño mimado


E o Maradoninha, Paco?

Al contrario. Tal vez por ser tan culé como sin duda es, Koeman ha hablado tan duro como lo ha hecho. Con idea de marcar distancias entre lo personal y lo profesional y para que los aficionados portugueses tengan claro que su entrenador sabe perfectamente quién le está pagando. Por eso, sin contemplaciones, Ronald ha dicho que ve al Barça crecidito y que los títulos se ganan jugando y no hablando.


Este es uno de esos partidos que los entrenadores llamamos partidos trampa. En el entorno no existe la tensión que hubo, por ejemplo, en la eliminatoria contra el Chelsea, una eliminatoria que el vestuario también afronto con ánimo de revancha por el KO de la temporada anterior. En esta ocasión no hay deudas pendientes, no hay que sacarse ninguna espina clavada y eso puede dar paso a cierta relajación. Aunque hoy en día el Benfica no tenga ni el nombre ni el cartel del Chelsea, el Barça debe tomárselo como si se enfrentase de nuevo a los de Mourinho.

quarta-feira, março 22, 2006

O habitual desnorte

Nos últimos tempos, tem-me faltado o tempo e a paciência para ler o MST n'A Bola. No entanto, a estreia de uma amiga no prestigiado órgão de informação (Parabéns Raquel!) levou-me a comprar a edição de ontem. E com isso, lá voltei a passar os olhos pelas habituais distorções da realidade a que se presta o cronista. A primeira nota de curiosidade prende-se com a hierarquização dos temas que aborda. MST, tão lesto a criticar os critérios comerciais que conduzem à definição das primeiras páginas dos jornais desportivos, relega o clássico desta noite para segundo plano, colocando o Benfica, como até lhe é habitual, talvez em manifestação de respeito por tão importante símbolo de identificação nacional, em plano destaque. Obviamente, no parágrafo que dedica ao Benfica, não poderiam faltar duas características que estabelecem a marca dos seus artigos: a memória selectiva e a deturpação dos factos.
Começo pela segunda por ser a mais divertida. No jogo frente à Naval, talvez enebriado por uns quantos copos de scotch, conseguiu ver aquilo que mais nenhum português foi capaz de vislumbrar: "as imagens mostram que o jogador da Naval primeiro toca na bola e desvia-a e só depois é que a sua perna estendida derruba Léo". A outra frase que prende a minha atenção é a seguinte: "A única certeza que o juiz-de-linha teve naquele lance é que de forma alguma poderia correr o risco de validar um golo ao Rio Ave que depois pudesse ser contestado pelo povo benfiquista." Ora, não passaram sequer dois meses da visita do Adriaanse a Vila do Conde - a tal que valeu agressões ao holandês e uma tocha no interior do seu veículo - e de um lance em tudo, até no nome do brasileiro que introduziu a bola na baliza, idêntico. Será que, nesse momento, o juiz-de-linha pensou que pudesse ser contestado pelo arguido que aguarda arquivamento/anulação do processo Apito Dourado?

ps- E Paulo Carvalho? Qual o motivo que o leva agora a pedir a abertura de um inquérito quando então se remeteu ao silêncio? Filiação clubística?

domingo, março 19, 2006

PROFESSOR MANTORRAS


Mau olhado, dores de cabeça, disfunções psicológicas, nervosismo, impotência na hora da concretizar...
Especialista em problemas do oculto, este obstinado curandeiro angolano resolve todos os seus problemas em poucos minutos e com absoluta eficácia.

quarta-feira, março 15, 2006

Adeus ao título.

Se eu fosse lagarto, tinha a desculpa na ponta da língua. Se eu fosse lagarto, apressava-me a repetir a cartilha dos meus dirigentes. No entanto, fui bem criado: não sou lagarto. O Benfica não revalida este título por culpa própria e o nsucesso na Liga assenta em dois factores: José Veiga e Ronald Koeman.
No defeso, Veiga foi responsável pelo atraso na definição do plantel benfiquista. E na reabertura do mercado, contribuíu para a confusão gerada no seio do grupo. Quem procura preservar a estabilidade não pode permitir tantas mexidas no balneário. Acredito, inclusivamente, que foi isso, mais do que a transferência gorada para Liverpool, a gerar a incompatibilidade com o capitão Simão Sabrosa.
Já Koeman é responsável pela forma como foi gerindo a época (embora tenha atenuantes, como o desconhecimento sobre as características do futebol português). No entanto, as indecisões e recuos na contrução dos onzes são da sua responsabilidade. Nunca se compreendeu a insistência em Karagounis na posição de trinco, como não se percebe que Beto jogue tantas vezes à frente de Petit, quando actua muito melhor diante do quarteto defensivo, ou que frente à Naval, para dar um exemplo mais recente, tenha recuado Geovanni para as costas do ponta de lança!!! Por outro lado, é incompreensível o que se passa com Quim e Mantorras...
Apesar de tudo, defendo a manutenção de Koeman. Por uma questão de estabilidade e porque, findo este período de adaptação à mentalidade portuguesa, o holandês estará melhor preparado para enfrentar a próxima época. E, acima de tudo, porque sou adepto do futebol holandês e Koeman já provou, em momentos da corrente época, ter capacidade para criar uma equipa competitiva e assente num futebol mais estético. Apesar de não considerar a espectacularidade um factor primordial, ou mesmo essencial, no futebol de alta competição, se puder complementar o pragmatismo necessário, tanto melhor.

O pesadelo continua...

Afinal, a confiança demonstrada por Francisco Penim não tinha fundamento. Vêm aí mais dois anos de futebol na TVI... Mais dois anos sem direito a resumos da Liga de Honra... Mais dois anos a aturar o inenarrável Sousa Martins... Mais dois anos de resumos do principal jogo da jornada dividido em duas partes... Mais dois anos de um fórum inútil e estupidificante... Mais dois anos a priveligiar-se os erros dos árbitros relativamente ao futebol jogado... Mais dois anos em que não vamos dar conta dos resumos que não envolvem os grandes (já que estes raramente ultrapassam os 15 segundos)... Mais dois anos sem resumos decentes das ligas estrangeiras... Mais dois anos sem direito às reacções dos intervenientes dos jogos de segunda linha... Mais dois anos a aturar um antigo árbitro incompetente com a mania que tem sentido de humor... Mais dois anos de pesadelo...

sexta-feira, março 10, 2006

A nossa águia foi maior que o pássaro deles

Provavelmente por ser tão fundamentalista em relação ao Benfica, raramente tenho ido a outros estádios assistir a jogos nos quais o Benfica é a equipa visitante. Mas, há muito tempo que tinha vontade de assistir a uma noite europeia do Benfica, de preferência da Liga dos Campeões, num estádio que não a Luz. Como é óbvio, depois do sorteio, achei que esta era o jogo ideal para me estrear em jogos no estrangeiro.
Como para todos os adeptos de futebol, a expectativa de ir a Liverpool, viver todo o ambiente que rodeia estes jogos e entrar em Anfield Road era mais que muita. E, de facto, essas expectativas confirmaram-se quase por inteiro. Primeiro a cidade, que parece só viver em torno de duas coisas: os Beatles e o futebol. Se em relação à música parece existir um certo consenso, em relação ao futebol, é incrível a rivalidade entre os adeptos dos dois principais clubes. Por lá não reina o princípio do politicamente correcto, e o nacionalismo bacoco. Pelas ruas, os adeptos do Everton não se cansavam de nos incentivar e deixar bem claro os seus desejos de verem os reds humilhados. Com o aproximar do jogo, os adeptos começaram a afluir em grande número para os pubs onde reinava um ambiente fantástico entre adeptos das duas equipas. Algumas provocações, eternas comparações entre os historial das duas equipas, tudo sempre bem regado pints como manda a tradição.
Ao final da tarde, finalmente a entrada no estádio. Apesar da idade do estádio, as entradas e as revistas foram rapidíssimas, não tendo sequer ficado parado à espera para passar. Mas quando entrei no estádio, tive a única desilusão do dia, mas compreensível para quem está habituado ao estádio da Luz. Anfield parece incrivelmente pequeno, sendo constante a pergunta se cabem realmente 42 mil pessoas naquele estádio. Mas, quando os adeptos do Liverpool começaram a entrar o estádio começa a parecer tudo menos pequeno e aí começa realmente a festa. Tenho a certeza que nunca vi um ambiente assim. Então quando se começam a ouvir as 42 mil gargantas a cantar o "You will never walk alone" deixa de existir palavras para descrever o que se sente. É no mínimo arrepiante e contagiante, pois passados poucos minutos já os adeptos do Benfica cantavam em coro com os adeptos ingleses. Contudo, não me parece que seja intimidador para os adversários como é a Luz, acho mesmo que é motivador. Não é todos os dias que se joga no cenário daqueles.
Incrível também o co-habitar entre as claques dos dois clubes. Nunca ouvi os adeptos de qualquer um dos clubes a assobiar para impedir que se ouvissem os cânticos dos adversários. Mais uma vez fantástico. Depois foram 90 minutos em pé em que nunca deu para descansar. E isto numa bancada onde coexistiam as duas claques do Benfica, os clássicos adeptos do terceiro anel, ex-ministros, apresentadores de televisão e autores de séries de comédia (adivinhem lá de quem é que estou a falar). A análise do jogo, vou deixar para outro post, limito-me por agora à festa. Primeiro foram 30 minutos a desesperar, a ver a bola a bater nos postes mesmo à nossa frente, a ver bem de perto as não saídas do Moretto e as perdas de bola infantis do Nuno Gomes e companhia. Garanto-vos que o Peter Crouch ao vivo é assustador e de cada vez que o Gerard ou Kewell pegavam na bola só esperávamos que eles não a conseguissem centrar para área pois não havia maneira de ganhar uma bola de cabeça àquele gigante. Mas à medida que o tempo ia passando lá íamos conseguindo começar a respirar, nós e a equipa. Até que lá chegou aquele golo do outro mundo. Serviu para acalmar um bocado, mas acho que ninguém conseguia deixar de desejar que o jogo acabasse rapidamente. Na segunda parte, com o passar do tempo foi crescendo a convicção de que estava ganha a eliminatória e o desespero gerado pelas jogadas de perigo do Liverpool foi sendo substituído pelo desespero gerado pelos contra-ataques perdidos, quase sempre por cortes do último defesa do Liverpool. E no fim, quando os adeptos do Liverpool já iam saindo, batendo palmas aos adeptos do Benfica que iam cantado uma música acabadinha de inventar ("A nossa águia é maior que o vosso pássaro"), eis que se dá mais uma explosão de alegria para acabar tudo em beleza. Nem a uma tão curta distância do lance consegui perceber se o passe do Beto foi intencional ou não, mas o que é que isso interessa? Estava lá dentro.
Quando finalmente acabou, quase ninguém tinha voz, mas os adeptos das duas equipas ainda se puderam despedir entoando o nome da equipa adversário. Mais uma vez, algo que nunca tinha assistido. Depois, lá tivemos que esperar a meia-hora da praxe para podermos sair, só que desta vez houve lugar a brinde. A equipa do Liverpool voltou ao relvado para um treino de descompressão e brindou os adeptos do Benfica com uma salva de palmas.
No fim, mesmo com mais de três horas de atraso no regresso a casa, tinha uma certeza: valeu a pena.

quinta-feira, março 09, 2006

O Liverpool

Mereceu perder.

E nós fomos GIGANTES. Maravilha.

Fig. 1 - Simãozinho
Fig. 2 - Léozinho
Figura 3 - Mi Mi Miccolizinho

Somos pequenos (em altura), mas somos bons.

Agora que venha quem quiser vir (tem é que haver bilhete para mim, ok?).

Vejamos: Lyon, Villareal, Arsenal e Ajax (se for caso disso) parecem-me bons jogos e boas perspectivas. Não me agridam já - eu sei que o Lyon está em grande e tem uma grande equipa. Certinho, direitinho. O certo é que, normalmente, damo-nos (Portugal) bem com equipas franciús.

Os outros. Barcelona, Juventus, Milan - uf!, que triunvirato - Inter (se for caso disso). Se houver deus, seja o que ele quiser.

Os Werde(s) de Bremen e a UEFA

« Thomas Schaaf sabe da poda

Terça-feira. A Lagosta Suada servida às 19 e 45 era sinónimo de um Barça-Chelsea. Estava eu de avental no colarinho, pronto para atacar as entranhas de tamanho espécimen eram, prá aí, umas 19 e 44. «Perfeito», pensei eu.

Fui buscar uma bela súrvia, fresquinha, boazinha. Ataquei aquilo com tudo o que tinha e não tinha - acontece que, na primeira garfada, vi logo que a dita cuja era congelada. «Merda», acabava de ser enganado. Por volta do minuto vinte e três, lembrei-me "do" condimento. «Será que com uma Messionaisezinha isto vai ao sítio?». Reposta imediata: lágrimas de crocodilo. Tá mal.

Conclusão: o Barça fez aquilo que lhe competia, o Chelsea não tem arte nem engenho para mais. Quais Mourinhos quais quê, Ronaldinho é o cara. Adormeci (de barriga vazia e sem novidades).

Despertei com umas coisas verdes na televisão. «Baahhaaa, lagartos, agora, de barriga vazia?». Estremeci. Mas não - eram os Werde(s) de Bremen. E olhem que belo lavagante era aquele, pá. Admiro aqueles jovens - bem organizados, arrojados (a vencer a eliminatória por 3-2, foram ao Delle Alpi num 4-4-2, com Klasnic e Klose na frente), rápidos, sabem jogar a bola. Marcaram primeiro numa bela combinação finalizada por Micoud (que cérebro, este avec).

Depois, bem, depois... podiam ter feito três ou quatro naqueles lucky bastards da Juve! O resto da história já vocês sabem. «Wies(t)e bem aquilo?». Parece montagem.

Adiante.

«Venham as sobremesas, então». Tal tal tal, mousses, bavaroises, profiteroles, tudo banal, tudo já visto. «E o Inter-Ajax, não era hoje? Estes gajos da TvSpor estão cada vez pior pá - qualquer dia ainda pirateio esta merda toda!», ameacei, de fontes em riste e sobrolho atarracado.

Eis senão quando vem um senhor, engravatado, peinado perfeito, informar-nos que o «Ajax-Inter tinha sido adiado para o dia 14 de Março». Diz que o Inter e o Milan tinham chegado a acordo «para não sobrecarregar o relvado de San Ciro» (ou Giuseppe Meazza, ou lá como se chama aquilo).

M M M, Ma, mas... então isto é assim?! Não podiam ter condicionado o sorteio logo à partida (se o Milan saísse em casa, jogava o Inter fora e vice-versa)? É que, caso esses macacos da UEFA não se recordem, o Benfica foi obrigado (repito: obrigado) a jogar primeiro em casa contra o Inter, para a Taça UEFA, quando o sorteio tinha ditado precisamente o contrário!

«Poquêêee?», perguntam vocês. Porque o Milan jogava para a LC no dia anterior, no mesmo estádio. Olha, merda para vocês todos.

E mais não digo.

terça-feira, março 07, 2006

YOUR ROUGH GUIDE TO SL BENFICA

O Benfica visto pelo Liverpool para inglês ler. Aqui.

Deixem jogar o Pedro Manuel

Eu sei que não é uma boa altura para tocar nesta ferida. Amanhã vai ser uma luta titânica - com Mantorras, sem Mantorras, com Beto, sem Beto, com Moretto ou sem Moretto. Não me interessa quem joga e até nem me interessa ganhar - se perdermos por um 2 e 1 está de muito bom tom.

O problema é que Koeman veio colocar toda a sua frontalidade em campo e disse aquilo que todos nós já havíamos percebido - Mantorras, o Pedro Manuel, não tem hipóteses neste Benfica (há quem diga que ele é "a 4ª opção"; para mim até é a 5ª - Nuno Gomes, Miccoli, Geovanni e Marcel estão claramente à frente do angolano).

Eu sei que é duro - no final do dia, até fomos "nós" que lhe arruinámos com uma carreira que prometia ser, no mínimo, interessante. Aquela rábula do joelho modificou algumas características únicas do atleta, que, devo reconhecer, foi dos jogadores que mais me impressionou "ao vivo", no estádio. Garra, muita habilidade, uma força vinda das terras quentes e vermelhas de Angola, uma velocidade estonteante - é certo que com alguma dose de individualismo e ingenuidade. Não era um jogador inteligente mas também não era isso que lhe pedíamos.

Depois de ter apanhado o 47 (já não me recordo bem, será?) para o Calvário de dois anos sem tocar na chicha, começámos a ouvir Rodolfos Mouras, Cougat's e Gaspares "da vida" dizer que «o Pedro será, necessariamente, um jogador diferente». Os sinos dobraram no segundo seguinte.

Vários pensamentos arrombaram a minha caixa-forte (há quem diga que é fraca, mas eu não posso acreditar). «Diferente? Mas diferente como? Vai deixar de explodir para cima "deles"? Vai perder força? E aquelas bombas - vão acabar?». É esperar, esperar para ver, «como o outro», pensei eu. «Errr, estes médicos pá, nem com uma dose de cavalo de morfina vão ao sítio, sempre a mesma canzana - uns alarmistas inveterados!, é o que são».

E não é que eles tinham razão, porra? O Mantorras é um jogador mais pesado, menos móvel, com menos força - passou a ser um ponta-de-lança clássico, que necessita de maior inteligência e menos fulgor. Passou a ser mais um igual a mil.

Decidiu muitos jogos, sim, e "deu-nos" um campeonato muito saboroso, claro, mas a concorrência era praticamente nula - Karadas (baaahhhh, que desilusão!), Nuninho e... era só.

Tenho para mim que ele precisa, desesperadamente, de jogar a titular, de fazer jogos atrás de jogos, de rodar. No Benfica não vai ter essa possibilidade, na Selecção queimou-se de forma incompreeensível (mesmo lá, Akwá - eh eh - e Flávio ou, até, Mateus do Gil Vicente, que não é convocado mas surpreendeu-me pela positiva - está ali um bom jogador, estão melhor).

A única solução é ser emprestado - e caso não vingue nessa etapa, parece-me que se perdeu um talento único para o futebol.

Quem perde? Ele, o Benfica... o futebol. Nós.

sexta-feira, março 03, 2006

Dedo na ferida?

"BAÍA disse que a bola parecia teleguiada. Na verdade, parecia. O golo de Laurent Robert foi cruel para o guarda-redes do FC Porto mas, noutra perspectiva também foi cruel para os adeptos do Benfica. Como é que um golo marcado ao FC Porto e que valeu uma vitória pode ser cruel? Pois pode. Porque podemos imaginar todos os golos que Laurent Robert podia ter feito de livre desde que chegou ao Benfica se o deixassem marcar os mesmos livres. No jogo com o Sporting, no jogo com a União de Leiria, no jogo com o Vitória de Guimarães... O francês é um dos melhores marcadores de livres do Mundo. Quando era mais jovem era também um extremo extraordinariamente rápido. Hoje já não é tão rápido mas marcar livres é com ele. No Benfica não o deixam marcar livres. Fez um golo de livre no seu jogo de estreia, contra o Tourizense, para a Taça de Portugal e, depois disso, foi literalmente proibido de se aproximar da bola quando ela está parada. Perto do final da primeira parte, quando o árbitro João Ferreira assinalou uma falta a 40 metros da baliza de Baía, sendo a distância tão grande, quase proibitiva de sucesso, lá deixaram Laurent Robert rematar. Se era impossível de todo, então que fosse o francês a falhar, a atirar para as nuvens. E foi o que ele não fez. Ia teleguiada. Golo. Vamos lá ver quando é que deixam Robert voltar a marcar um livre..."
Leonor Pinhão, in A Bola

quarta-feira, março 01, 2006

Teimam em não perceber...

Os jogadores que vêm para o Benfica não têm culpa de ser escolhidos por dirigentes e treinadores. E enquanto fazem parte do plantel do Benfica, valem o mesmo que os seus colegas. Mas nem todos encaram as coisas desta forma... Pela minha parte, considero vergonhoso ver um jogador benfiquista assobiado ainda antes de pisar o relvado!!! Quem o faz, não merece ocupar aquela cadeira nem tem moral para celebrar as conquistas de TODOS os que integram o grupo de trabalho. Mas há quem teime em não perceber... Por norma, os jogadores menos dotados tecnicamente já são sujeitos a uma pressão muito maior, criada pelos próprios, conscientes das suas limitações e do facto de apanharem pela frente atletas mais capazes. Por esse motivo, os assobios de que são alvo só ajudam a aumentar a pressão que circula no sistema nervoso dos jogadores que enveragm aquele símbolo centenário, ajudando, precisamente, a equipa contrária. Enquanto não aprendermos isso, vamos andar a dar tiros no próprio pé.

102 ANOS!!!

Apesar do atraso, associamo-nos agora ao aniversário do Glorioso. Um aniversário previamente comemorado ao minuto 39 do Benfica - Porto do último domingo. Baía, o tal que foi benfiquista até aos 11 anos, consciente que não haveria nenhuma celebração digna desse nome no dia de ontem, terá pensado:
a) Participo na prova de atletismo a realizar daqui a uma semana...
b) Aproveito que hoje houve almoço na Catedral e embrulho o frango que lhes devo desde há um ano...
Optou pela segunda hipótese e as cervejas souberam muito melhor!

PARABÉNS BENFICA!!!