quinta-feira, março 29, 2007

Via Verde...

... para Pepe e Bruno Alves fazerem o que querem na sua área e para Adriano mergulhar a belo prazer na adversária.

Mágico Tiago

Já fora grande contra a Bélgica, embora a Imprensa tenha preferido desfazer-se em elogios a Moutinho, e voltou a fazer uma exibição de alto nível no Marakana. Foi, finalmente, na selecção aquilo que já não se pensava ser possível: o Tiago que encantou a Luz (que saudades!!!) e que faz as delícias dos frequentadores do Stade de Gerland. Curiosamente, para que a magia do seu futebol finalmente aparecesse com as quinas ao peito, foi necessário que João Moutinho viesse ocupar o lugar do gazeteiro brasuca.

segunda-feira, março 12, 2007

E Miccoli?

Sozinho ou acompanhado? Esta é, há anos, a discussão preferida dos adeptos da bola. Nuno Gomes está invariavelmente no centro de uma conversa um pouco descabida, sublinhe-se. Qualquer avançado - chame-se ele Drogba, Liedson, João Pinto, Torres ou Larsson - joga melhor acompanhado. É a chamada palissada. Verdadeiramente importante é ter dois avançados que se complementem. A melhor época de Nuno Gomes, por exemplo, foi ao lado de um vagabundo - 24 golos ao lado de João Pinto - e não de um armário - 18 golos com Brian Deane -, como se costuma dizer. Mas que tem isto a ver com Miccolli? Simples. Enquanto nos entretemos com a outra discussão, parece que não vemos o que está à nossa frente. Com Derlei, ou sem Nuno Gomes - o que, no fundo, vai dar ao mesmo -, o italiano perde profundidade. E sem isso, o futebol do Benfica perde acutilânica ofensiva. Foi assim em Paris, como já fora em Bucareste. Derlei poder ser alternativa a Miccolli, mas nunca será a muleta ideal para o italiano.

"Auto-recriação"

Uma equipa é o espelho do seu treinador. Não pense o Nandinho que as declarações no final do jogo de Paris o ilibam de responsabilidades. Se houve falta de profissionalismo de Anderson no tal deslocamento para a direita do eixo defensivo, isso só acontece por falta de planeamento do treinador. Estas coisas não se prevêm nos treinos? É que se estava previsto, pior ainda. Seria mais um sinal claro da forma como os jogadores (não) ouvem o seu (suposto) líder.
Jogar com a sorte na questão da lesão do Luisão é, também, ridículo. Tivesse David Luiz sido testado no momento certo e o Nandinho não teria que se preocupar com azares. E diga-se de passagem que David Luiz até deixou boas indicações. Os próximos jogos confirmarão, ou não, a sua valia.

ps- Não acho o Anderson inferior ao Rocha, mas também nunca o achei superior. Aliás, nunca compreendi a euforia que se instalou em seu redor no início da época passada. Chegou-se ao disparate de se dizer que o rapaz era melhor que o Luisão!!! A verdade é que a displicência que agora lhe apontam não nasceu esta época. Em 2005, uma sucessão de erros frente ao Estrela, ao Leixões, ao Braga e outro que agora não me recordo - sei que foram quatro jogos - deixaram-me alerta. A crítica e os adeptos deram-lhe pouca atenção porque dali não resultou qualquer golo. A verdade é que a dupla Rocha/Luisão era bem mais sólida. E em caso de ausência do Xerife, nunca o português tremeria tanto como Anderson.

Apostados em criar uma tradição?

Não é a papel químico, mas as semelhanças são coincidentemente irritantes! Ainda Frau não tinha encostado para dentro da baliza de Quim, já o serpenteio de Karagounis em San Siro me vinha à memória. Também na UEFA, também nos oitavos de final...

quinta-feira, março 08, 2007

Liga dos Campeões, golo da eliminatória

Oitavos de final, 2ª Mão
Stade de Gerland
Olympique Lyonnais - AS Roma
Mancini

terça-feira, março 06, 2007

O não-reforço

Sim, é verdade. O Nandinho complicou. Por mais debilidades que o jogador tenha, não deixa de ser curioso que Beto sirva para chegar aos quartos de final da Liga dos Campeões, mas não tenha crédito suficiente para enfrentar o lanterna vermelha da nossa Liga. E é no mínimo estranho que se tenham recusado abordagens de empréstimo para Manu, quando os extremos são praticamente desprezados pelo treinador. Ele que até queria emagrecer o plantel. Mas há outros culpados para a triste exibição da Vila das Aves. Entre eles Vieira, cujo rosto apreensivo a TVI nos mostrou durante o encontro. A não utilização de David Luiz tem uma leitura clara: o Nandinho não confia nele. O que leva à pergunta: porquê contratá-lo? Não havia um júniro que pudesse aquecer o banco durante quatro meses? Seria certamente mais barato. O problema é que talvez não enchesse o bolso a ninguém. Bom, esperamos que tenha, pelo menos, o mesmo sucesso que o Everson e, mesmo sem jogar, possa ser campeão. Sempre nos ajuda a esquecer tamanha estupidez.

Porquê?

Simão foi o único a associar-se ao luto por Manuel Galrinho Bento. Haverá algum motivo particular? Talvez seja um pouco hipócrita só me lembrar disto agora, que faleceu um ídolo de infância. Afinal de contas, Cavém e Germano nem mereceram essa honra por parte do capitão. Ficava bem à direcção do Benfica corrigir esse aspecto. Todos os jogadores deveriam apresentar fumos negros perante o desaparecimento de figuras importantes do clube. Neste domínio, o Real Madrid é um bom exemplo.

sexta-feira, março 02, 2007

Adeus Galrinho

Manuel Galrinho Bento é o nome do meu primeiro ídolo no mundo da bola. Jogava de águia ao peito, mas equipava normalmente de azul. E eu imaginava-o naquelas cores, mas sempre com uma capa vermelha sobre as costas. Para mim, era Christopher Reeve na tela e o Galrinho no relvado. Pequenino, como na teoria não deveria ser nenhum guarda-redes, mas forte e elástico ao ponto de parecer sobre-humano. Fazia as minhas delícias nas deslocações à Luz e provocava imensas dores de cabeça à minha mãe, que ainda hoje, a familiares e amigos, inclui a minha pancada pelo guarda-redes nas conversas sobre os meus primeiros anos de vida. Em Setúbal, onde passei a minha infância, foram várias as cabeçadas que dei na parede, fruto dos mergulhos à Bento no estreito corredor da casa, local previlegiado - vá-se lá saber porquê - para testar as minhas capacidades de guarda-redes. O meu pai não tem dúvidas. Se Quim é o meu guarda-redes preferido dos últimos anos, isso deve-se ao facto de um dia ter idolatrado Bento, o melhor dos guardiões portugueses que vi em actividade. Talvez tenha alguma razão (pela complexão física, não pela qualidade). As minhas primeiras lágrimas futebolísticas verteram ao ouvir na Bola Branca que Bento acabar de partir a perna - ou o pé, já não me recordo bem - direita no treino pos-exibição de gala frente à Inglaterra. Muito se falou de Saltillo a partir daí. Jogadores mais preocupados com dinheiro, sem vontade de ganhar. Era o que diziam. Eu ainda hoje acredito que fomos eliminados devido à ausência do capitão. Acho que é o melhor elogio que lhe posso fazer. Isso e recordar os suspiros do terceiro anel perante as exibições de Silvino e Neno. Ontem fiquei em choque quando recebi o SMS do Spinafro. Acho que ainda estou...