domingo, outubro 29, 2006

Um pequeno grande detalhe

O lançamento irregular assinalado ao Nuno Gomes.

Morrer na praia

Perder assim custa. E custa muito. Ao intervalo já tinha dado o jogo como perdido e o regresso de Nélson e Nuno Gomes ao local de crime insuflaram-me com a ilusão de mais um ano sem perder no Dragão. Já festejava quando o gelo se abateu sobre a mesa do café onde acompanhava o jogo.
O Nandinho começou por surpreender toda a gente ao deixar o Assis de fora e promover Kikin a titular. Mas cedo se percebeu que o treinador elaborara a equipa certa para a estratégia errada, ou vice-versa. Esperava-se uma equipa rápida pelas alas, ou, em alternativa, solicitações directas para os avançados. Mas apesar da inferioridade numérica no centro do relvado, o Benfica preferiu trocar a bola e tentar gerir o ritmo de jogo. Erro. E ao fim de alguns minutos de aparente equilíbrio, o Porto assentou o seu jogo e embalou para um quarto de hora de pleno domínio. Com Petit nitidamente abaixo das suas capacidades, só após a 'transferência' de Paulo Jorge, até aí apagado, para a esquerda, o Benfica conseguiu mostrar algum futebol.
O Benfica voltou para a segunda parte com todos de volta às posições originais e Paulo Jorge voltou a desaparecer. Mas, subitamente, o Nandinho trocou as voltas a toda a gente e deixa a nação benfiquista a pensar se não lhe deve dar um período de tréguas. Será que o homem tem capacidade para levar a equipa a bom porto? Eu continuo a ter muitas dúvidas, embora seja forçado a admitir que, ontem, aquela recuperação teve muito do seu dedo. Excelente nas substituições, fez com que a equipa preenchesse os buracos que abrira na primeira parte e ganhou ascendente na partida. Futebol muito apoiado, a obrigar os portistas a sair das suas posições e a abrir caminhos para a sua área. A entrada de Mantorras resultou em pleno e foi fundamental para 'desmontar' os processos defensivos do Porto. Mas como no melhor pano cai a nódoa, após ver o quarto árbitro levantar a placa com o tempo de compensação, o treinador esqueceu-se de recorrer a uma acção básica no futebol, utilizada desde as distritais dos Açores até à final da Liga dos Campeões: queimar tempo com uma substituição.

ps- Isto é ridículo!

sexta-feira, outubro 27, 2006

Não inventes Nandinho

Kikin, Karyaka e Alcides no banco.
Paulo Jorge, Nélson e Assis no onze.

Diferenças

Ambos os clubes erraram. O Benfica esta época, o Porto há duas. O facto deve ser assinalado porque os responsáveis de ambos os lados demonstraram uma enorme falta de respeito para com os adeptos. No entanto, assinale-se a diferença. Se há dois anos assistimos a um vendaval de insultos e ameaças, onde até um certo político, agora com novas responsabilidades, se intrometeu, este ano, o cenário é diametralmente oposto. É certo que a habitual confusão pre-clássico se mantém, mas sobre aquele assunto, zero.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Três anos!

Assim não, senhor presidente!

A obrigação de quem gere os destinos do Benfica é estar ao lado dos seus, como expresso no próprio lema do clube. Que queira manter aquela posição de não se sentar ao lado de certas pessoas, compreende-se. Que fique por Lisboa, não. É um sinal de fraqueza. Pior! Uma desconsideração pelos seus atletas. Há camarotes no Dragão. Há uma central. Há topos. Leve seguranças. Até podia ir para a curva, ficando entre os adeptos do seu clube. Aqueles que, devido à incompetência de Mário Dias, também ficarão em Lisboa. Vistas as coisas agora, até parece que foi propositado.

Bravo!

. contra o G-14 e a sua falsa representatividade
. contra o actual enquadramento das competições europeias (pena não ir mais longe, devolvendo a Liga aos verdadeiros campeões)
. pela criação dos assistentes de área
. pela valorização da experiência dos bons árbitros
. pela utilização consciente e limitada do vídeo
. contra a transferência de jogadores antes de atingirem o estatuto de séniores

"Um bom jogo para mim são as emoções que proporciona. É apreciar a criatividade dos jogadores. E esta não é fazer um truque qualquer muito complicado, mas sim acertar um bom passe no momento exacto. No futebol difícil é jogar fácil."

segunda-feira, outubro 23, 2006

Quando a língua é mais rápida que o cérebro

No sábado, por entre as atordoadas dirigidas a Vieira, Pinto da Costa teve um comentário curioso e que me proporcionou algumas gargalhadas. Dizia ele, referindo-se ao lunático residente na Suécia que se queria canditar à presidência do Benfica: "Se calhar nem sabe escrever", acrescentando que "desses [os iletrados], temos cá [no Porto clube] muitos". E o mais engraçado foi ver o riso dos portistas que se encontravam atrás.

Incompetência

Já todos sabemos que o nível médio dos nossos árbitros é mau, mas Xistra conseguiu baixar ainda mais a fasquia. No aspecto técnico esteve péssimo, contando-se pelos dedos da mão as decisões acertadas, e não teve um pingo de coerência no capítulo disciplinar. Não estragou o espectáculo, porque ele de si já era pobre, mas conseguiu ser tão mau que, no estádio, nem se conseguia perceber qual das duas equipas estava a ser mais prejudicada. No meio de tamanha demonstração de incompetência, conseguiu um feito de assinalar. Tão mal arbitrou, que até conseguiu pôr alguns sectores da Luz a contestá-lo por decisões favoráveis ao Benfica. Se Paraty teve por castigo arbitrar nos regionais, não sei que irá Vitor Pereira fazer com este. Por mim, era a reforma antecipada.

ps- Do jogo, pouco a dizer. Juntou-se ali um grupinho, em ambiente de solteiros e casados, e nas bancadas foi crescendo a inveja pelos que optaram pelo sofá e televisão. Muita apatia, alguns trapalhões, pouquíssimo futebol. E para aqueles que eram contra a diminuição de equipas na Liga, o Estrela continua a demonstrar que até 16 são demais.

domingo, outubro 22, 2006

Aguenta e não chora

Dedicatória especial aos liverpoolianos cá do blog e também ao João Gonçalves. Bem te disse, Spinafro, que o teu domingo ia começar mal. Giggs esteve fenomenal!!!

quinta-feira, outubro 19, 2006

«Nunca pedi revisão de contrato» (Miguel)

«Miguel negou esta quinta-feira que alguma vez tenha pedido aos responsáveis do Valência para melhorarem o seu contrato, depois de conhecido o interesse do Real Madrid. O defesa português garante que foi tudo inventado pela imprensa espanhola.

«É sempre bom saber do interesse de um grande clube como o Real Madrid, mas sempre me opus a esse tipo de notícias porque tenho contrato com o Valência.

Primeiro têm que falar com o meu clube e como não o fizeram, não tenha nada a dizer sobre isso. Espero ficar muitos anos no Valência, clube com o qual tenho contrato», esclareceu Miguel em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, aproveitando ainda para fazer um desmentido.

«É mentira que o meu representante tenha falado com Amedeo Carboni sobre uma melhoria do contrato. Fiquei bastante desagrado com o facto de a imprensa ter inventado essa notícia».

Realmente, é preciso ter uma grande cara-de-pau para cuspir estes argumentos depois daquilo que se passou enquanto representou o Benfica.

Não sei como anda (ou se anda, sequer) um suposto processo judicial patrocinado pelo Sport Lisboa e Benfica, S.A.D. por supostos prejuízos causados à empresa.

A verdade é que o Benfica acabou por receber apenas 8 milhões de euros por um jogador que valia o dobro, no mínimo, e que agora vale 7 vezes mais - o Valência continua a afirmar que a mercadoria só será transaccionada por 60 milhões de euros, a claúsula rescisória.

Tenho a certeza, porém, de uma coisa: se eu tivesse a honra de presidir os destinos do meu clube, nem ele, nem o macaco que o acompanha estavam livres de responder em tribunal pelo que fizeram.

Liga dos Campeões, golo da jornada

3ª Jornada
Stamford Bridge
Chelsea - FC Barcelona
Didier Drogba

Junto-me à causa

É realmente ridículo ver o Benfica vestir o 'traje' alternativo, quando do outro lado não se vislumbra um único risco encarnado no equipamento.

quarta-feira, outubro 18, 2006

o Benfica de Glasgow



Pois é. Despencámos de novo.

Mais uma desilusão, as mesmas asneiras de outros jogos. Desilude-me ainda mais saber que, com este treinador, as coisas não vão mudar - é matriz desta equipa ser a cara-chapada do Eng. sem obra feita: inseguro (é incrível como o discurso dele não combina com a postura dos jogadores em campo), retórico, sem rasgo.

Ontem, como no Domingo, foi apenas mais um episódio da novela que tem sido transmitida ao fim-de-semana. Continua a insistir com a merda do losango - numa telenovela, diria que é o apaixonado que nunca será correspondido pela amada, e todos sabemos que não desde o primeiro dia.

Pior - não compreende que nessa organização táctica a equipa fica desposicionada, de perna-aberta e sem objectividade.

Tem tiques de caseiro-lá-da-fazenda-no-Mato-Grosso, tipo Sassá Mutema.

Vejamos: o Celtic apresenta um defesa-lateral direito de 35 anos (Telfer), que nunca foi um bom jogador e não é agora que vai ser, obviamente.

O Benfica apresenta um lado esquerdo que joga de olhos fechados - Léo e Simão, perigosíssimos no ataque. E o que é que o jovem faz? Joga sem extremos, tira o Simão da frente do tal "Telfer" e joga com a suposta mobilidade de Léo, Assis, Simão, Bruna Gomes/Miccoli para conseguir jogar na linha.

Um logro - Léo ataca várias vezes contra dois adversários, Simão joga no "toca-e-foge" do centro de campo; já nos últimos quinze minutos (com Nélson a extremo) Simão limpa o "tal" camarada 3 ou 4 vezes.

Para quê mudar?

No meio-campo continuaram os erros de antologia - então deixa o Petit jogar praticamente sozinho contra um meio-campo de "3" - Sno (muito elogiado mas que, para mim, foi o jogador que tremeu mais, nomeadamente no primeiro tempo), Lennon e o excelente Nakamura? O primeiro golo é uma boa imagem desta desorganização.

É verdade que houve algum azar pelo meio - Miccoli, Kostas, Léo, livres do Simão, e Nuno Assis (que fez uma grande primeira parte mas, como é óbvio, não aguentou a pegada) podiam ter marcado. Houve trocas de bola muito boas. Mas o resultado não engana: 12 remates, 0 golos.

Não concordo, neste caso, com a "pessoalização" da derrota. Todos criticam muito o Alcides. Eu pergunto, porquê? Jogou mal? Não me parece. Subiu pouco? Não me parece, subiu aquilo que pôde.

E esteve o jogo todo desprotegido - quem defendia à frente dele? Ninguém, mais um erro clamoroso do caseiro-do-nordeste (já agora, o Ricardo Santos trabalha no Benfica ou está lá só para lavar as costas ao Eng.?). Ficámos, entretanto, a saber que Naylor e Maloney são os únicos carrileros desta equipa (pouco) católica.

Fernando Santos não sabia. Se calhar, ainda agora não sabe.

terça-feira, outubro 17, 2006

Parvoíce!

Afinal, a campanha anti-racismo da UEFA só serve para encher os cofres da associação.

"A UEFA proibiu, esta terça-feira, o Nancy (I Liga francesa) de utilizar uma mensagem contra o racismo nas suas camisolas em jogos das competições europeias."
in A Bola

Pierre van Hooijdonk

Até parece propositado. No dia em que Celtic e Benfica se encontram, o holandês anuncia que esta é a sua última temporada futebolística. Ao longo da sua carreira, recheada de golos e assistências fantásticas, deixou saudades em todos as cidades por onde passou. Lisboa não é excepção, apesar de ter passado pela Luz numa época conturbada.

ps- para a História, aquele dedinho em riste, depois de Coroado o ter obrigado a repetir uma grande penalidade. Se alguém tiver a foto, é favor enviar o e-mail.

domingo, outubro 15, 2006

Semana negra


No fim da última época (que não acompanhei com a habitual atenção), e tendo em conta o nível qualitativo do plantel, causou-me alguma estranheza a classificação final do Atlético Madrid (desde os tempos de Futre, Abel, Tomas, Manolo e Baltazar, o 'equipo español' da minha simpatia). Explicou-me, este Verão, um amigo residente em Barcelona, que os 'colchoneros' foram prejudicados pelos inúmeros pontos desperdiçados nos instantes finais das suas partidas. Este ano, o 'Atleti' fez o upgrade à 'plantilla' e o mexicano Aguirre eliminou esse fantasma, conduzindo a equipa a um excelente início de campeonato. O 'Atleti' até podia ambicionar a intrometer-se na luta pelo título, mas de repente, no espaço de quatro dias, duas peças nucleares ficaram impedidas de disputar grande parte da competição. E se para o lugar de Maxi, ainda se pode disfarçar com Galleti, com a reabertura de mercado distante, como colmatar a ausência de Petrov?

sábado, outubro 14, 2006

Golo 100

Começou numa abertura magistral de Simão Sabrosa e terminou num excelente movimento do ponta de lança, finalizado com uma rotação perfeita, o golo 1o0 de Nuno Gomes, numa altura em que o Benfica já geria o físico para Glasgow e o resultado parecia encontrado. A vitória em Leiria (finalmente) chegou de forma simples e justa e o Nandinho lá me fez corar de vergonha perante o rol de impropérios que soltei quando, a vinte minutos de se iniciar a partida, constatei a ausência de Paulo Jorge. Mas afinal, Miccoli não se perdeu num flanco e foi ponta de lança ao lado de Nuno Gomes. Nuno Assis encabeçou o triângulo mas, felizmente, não teve por missão gerir o futebol do Benfica. Coube-lhe apenas a primeira transição, ficando para Simão, com liberdade para actuar ao meio ou sobre qualquer flanco, o papel de armador de jogo do Benfica. O ex-treinador do Porto B (que desta vez não teve árbitros amigos a ajudar a construir a carreira), deu ordens para que a União jogasse recuada e o Benfica aproveitou. Bastou que Petit e Katsouranis instalassem a sua área de intervenção em pelo meio-campo adversário e que os laterais, em especial Léo, dinamizassem as alas para o Benfica assentar o seu domínio. Fernando ainda ameaçou um arranque para o título de melhor em campo, mas Miccoli meteu-o, com enorme classe, no seu lugar. E como há um ano, acabou com quatro bolas no saco.

"O departamento de Rodolfo"

"O departamento médico do Benfica volta a estar no centro das atenções por causa do ‘caso Rui Costa’, que viu uma lesão agravar-se devido a um erro de diagnóstico. Este foi o último de uma longa lista de casos que têm envolvido o corpo clínico da Luz. O Correio Sport foi tentar perceber como funciona o departamento e cruzou depoimentos de diversas fontes ligadas à medicina desportiva e outras do clube. Todos solicitaram o anonimato e todos apontaram para a mesma conclusão: quem manda no departamento médico é Rodolfo Moura."

in 'Correio da Manhã'

terça-feira, outubro 10, 2006

Eleições

Luis Filipe Vieira formalizou hoje a sua candidatura. Em condições normais, o meu voto estava garantido, pelo trabalho positivo que desenvolveu no seu mandato e pela inexistência de oposição credível. No entanto, a não ser que o presidente se decida a correr com estas figuras (José Veiga, Rodolfo Moura, Nandinho Santos e Bruno Moura), o boletim será dobrado e inserido na urna sem qualquer vestígio de tinta.

terça-feira, outubro 03, 2006

Não se percebe...

Rui Costa chega do Milan, talvez o clube de futebol mais avançado no que toca à preparação física e acompanhamento clínico dos seus jogadores. Hoje, pela segunda vez, agravou um edema muscular. O que se passa? Que anda Bruno Moura a fazer no clube? E o pai? E o departamento médico? Não se percebe...

ps- O departamento médico emitiu um comunicado que iliba Bruno Moura desta situação. A situação, essa, continua a ser de uma gravidade e irresponsabilidade tremenda. O excessivo, e contínuo, poder de Rodolfo Moura na estrutura médica do clube, que, no passado, conduziu alguns jogadores a uma clínica alemã com os resultados que se conhecem (viva a comissão!!!), também.

domingo, outubro 01, 2006

Nunca me chateei por trabalhar aos fins-de-semana, desde que isso não implicasse perder um jogo do Benfica. E se esse ocorresse na Catedral, pior ainda. Era caso para ficar com a neura desde a véspera. Tudo isso mudou. O Nandinho mata a paixão clubística ao mais fanático dos adeptos... Foi então com naturalidade que a hora do jogo de hoje se aproximou. Entretanto, o Benfica lá ganhou 4-1. E pasme-se! Conseguiu contornar a adversidade, o que seria de todo impensável. Continuo, contudo, descrente nas possibilidades do Benfica. Apesar do resultado dilatado, apesar da boa entrada em campo (se depois jogámos bem ou mal, não faço ideia. espreitar a televisão de vez em quando não nos deixa ter grande percepção das coisas), as dúvidas relativas à estabilidade e confiança do plantel mantêm-se. Ainda mais depois da revelação feita pelo João Gonçalves no Encarnado e Branco. Para mim, o facto de Quim ter, pela primeira vez, pintado a manta ao fim de três épocas no clube, diz muito da tranquilidade que se viverá dentro daquele balneário.

ps- Excelente o cruzamento de Miguelito no primeiro golo e grande golo marcado pelo Karagounis. Pequenos detalhes que vão alegrando um adepto deprimido.