Hoje começo pelo fim. O Nandinho esteve muito bem na conferência de Imprensa. Lúcido, valorizando a prestação dos seus jogadores, mas sem embandeirar em arco. Não hesitou nas respostas e nunca fugiu às perguntas. Sempre curto e directo, convicto. Excelente a forma como aflorou os casos de Karagounis e de Miguelito. Tem toda a razão, meu caro engenheiro: quem, não é feliz estando no Benfica, não faz mesmo falta. E por isso aproveito para fazer a minha habitual ressalva: vergonhosa a forma como trataram o Beto na altura da sua entrada. Foi notório o quanto isso o afectou, já que entrou bem mais retraído do que lhe é habitual. Há muita gente que continua a insistir em ser o próprio inimigo do clube que diz defender.
Quanto ao jogo, ressalve-se a atitude do Benfica. O adversário era fraquinho, logo, o resultado enganador, mas a verdade é que o Benfica pareceu mais 'mandão', no sentido que Nandinho atribui à expressão, e, mesmo abrandano o ritmo, andou sempre à procura de mais golos. Este poderá vir a ser um claro contraste com as épocas anteriores, em que o Benfica previlegiava a gestão do jogo e jogava no erro do adversário. Pormenor táctico interessante, e importante, do jogo de ontem: Petit adiantou-se sempre que Rui Costa optou por pautar o jogo em zonas mais recuadas (algo que não se via desde a co-habitação entre Tiago e Zahovic), evitando que os famosos triângulos que faltavam no 4-4-2 se desarticulassem no meio-campo encarnado. De resto, vimos uma equipa coesa, magistralmente comandada por Rui Costa, onde se destacou a garra de Paulo Jorge. De jogo para jogo vem eliminando a minha reserva inicial. Será, possivelmente, o 12º jogador do plantel. Aguardam-se testes mais sérios, talvez já no domingo.
Duas notas finais...
1. Não poderia haver melhor começo de temporada na Luz. Rui Costa marcou o primeiro golo oficial, em casa, de 2006/2007 e foi emocionante ver a forma como festejou. Euforia genuína, Benfiquismo puro.
2. A baliza norte viu nascer um novo grupo ultra? Os rapazes não levavam faixas mas tinham o cântico bem ensaiado. E diga-se de passagem que o 'Playback' de Carlos Paião parece resultar muito bem no contexto futebolístico.