quinta-feira, outubro 04, 2007

Camacho e o meu momento Zandinga

A malta anda a perder a paciência para com Camacho. Percebo-os, como também compreendo quem o defende. Eu ando a meio caminho da negação e não quero pensar muito no assunto. E até tenho um motivo simples para isso: a época de Camacho só começa em Janeiro. Já assim foi da última vez. A diferença é que estávamos muito perto do mercado de Inverno e não tivémos que sofrer tanto. Camacho é teimoso, já se sabe. Pode ser virtude ou defeito, consoante a cabeça que avalia. O homem quer um avançado e não vai descansar enquanto não o tiver. E quando Vieira lhe fizer a vontade, o espanhol vai mesmo jogar em 442. Camacho quer os dois pontas de lança como o gorsso dos adeptos, mas quer dois avançados móveis. Quer uma dupla como Nuno Gomes / Sokota, que preenche bem os espaços e pressiona a primeira saída de bola do adversário. Sem essa dupla, leia-se com Cardozo, amedronta-se, jogando só com um avançado ou colocando Nuno Gomes entre sectores. Porque Camacho não é capaz de conceber um esquema para 9 jogadores de campo, que é o que se deve, teoricamente, fazer para os homens de área. Camacho não saberia jogar para um Jardel, por exemplo. Quer avançados móveis, que saibam jogar dentro e fora da área, que saibam cair nas linhas. Cardozo tenta, mas não são as suas características.
O campeonato de Camacho, repito, começa em Janeiro. A partir daí vamos jogar em 442, não vamos ser campeões, mas vamos atacar, perdão, conquistar o segundo lugar, nem que seja no photo-finish. E nessa altura Camacho voltará a ser o maior para a nação benfiquista. Vale uma aposta?

ps- Não vi o jogo de ontem e não sei se o Benfica jogou bem ou mal. Mas o resultado só surpreenderá quem nunca viu o Shakhtar jogar.