segunda-feira, outubro 29, 2007

O minuto 87, outra vez

Mais uma vez, quando parecia que o jogo já não tinha nada para oferecer, o Estádio da Luz explodiu de alegria quando o relógio indicava o minuto 87. No lugar do passe teleguiado de Di Maria surgiu a garra de Leo, que atravessou o campo para receber um passe, driblar o adversário e, com o pior pé, assistir o jovem ganês, à ponta de lança, com uma movimentação perfeita nas costas dos últimos defensores maritimistas.
A entrada do Benfica na segunda parte foi excelente e baralhou por completo o Marítimo. Lazaroni chegou a deseperar, mas ao quarto de hora da segunda parte conseguiu, reforçando o jogo pelas alas, equilibrar as coisas. Mas o Benfica assustava o suficiente para inibir o Velho Lobo de, em superioridade numérica, tomar as rédeas do jogo e procurar a vitória. E com Camacho, como bem sabemos, o jogo vai mesmo até ao apito final. As suas equipas são como um lutador de boxe que chega exausto ao último round e consegue, sabe-se lá onde, encontrar força para desferir um último e certeito golpe que deixa o adversário prostrado no tapete.
Adu, Leo e Butt são os heróis mais evidentes do jogo de ontem, mas Bynia, apesar da agressividade desmedida e de muitas bolas perdidas, tem que ser destacado. Omnipresente no processo defensivo, sem receios na hora de atacar. Onde estava a bola, invariavelmente, estava também o camaronês. Maxi fez também um belo jogo, quer na defesa, quer no meio-campo, e Rodriguez, mesmo com uma produção abaixo do que nos vem habituando, foi o guerreiro de sempre. Cardozo voltou a estar muito longe da baliza e fez o que podia. Luisão oscilou em demasia e Di Maria completamente fora de jogo. O lugar do argentino, para já, é no banco. Os adeptos esperam muito e ele parece acusar a pressão. Quim, depois de tantos jogos a segurar o Benfica, teve uma prestação desastrosa. Acontece aos melhores.

ps- Se Adu continua assim, o futebol vai ter que criar um conceito semelhante ao 6º homem da NBA.

ps2- A RTP África emitiu em tempos um programa desportivo semanal apresentado por Cecília Carmo e Gabriel Alves. A cada trimestre que passava, era concedido tempo de antena a um trio de apitadores com o cabelo empastado em gel. Poucas soluções apresentavam para a arbitragem, mas queixavam-se muito do facto de terem uma má imagem na sociedade portuguesa. O grande problema é que, em campo, nada fazem para contrariar essa imagem. Benquerança é o que sabemos. Duarte Gomes idem. E Pedro Proença demonstra continuamente o nível médio, que é muito mau, da arbitragem portuguesa. Fechou os olhos a um penalty, perdoou uma expulsão, transformou cantos em pontapés de baliza, permitiu que um jogador quase provocasse um motim com o jogo interrompido, sem que tenha recorrido ao cartão, e deixou que um outro dominasse por 4 (!!!) vezes a bola com a mão sem o punir disciplinarmente. Pareceu andar o jogo todo a tentar compensdar algo que ninguém descortinou e acabou por dar um deprimente festival do apito. Em prejuízo de ambas as equipas. A sorte dele foi ter apanhado dois treinadores cujo hábito não passa pela procura constante de bodes expiatórios.