8, João Pinto (cap.)
(lembrei-me deste texto a rever postas no tertúlia benfiquista, honra lhes seja feita)
Era Verão. Férias. Estava calor e Lisboa tinha um aspecto denso, abafado mas calmo e agradável ao mesmo tempo. Era Verão, repito.
Teria uns 13 anos a caminho dos 14 e aquele rapaz franzino, leve, que equipava sempre com o número 8, era agora capitão do Benfica. Artur Jorge, o pretendido, chegara no defeso para pegar num título nacional brilhantemente conquistado pelo João (foi mesmo assim, até se não existisse o célebre e incrível 3 - 6), quando ele ainda era um gajo como nós.
Um miúdo de 22 anos ou quê, igual a mim - franzino, leve, jovem. Claro que futebolisticamente falando o João Pinto tinha habilidade, sabia jogar, era dinâmico e inteligente. Fazia golos e tornava-se, naturalmente, um líder dentro de campo (pelo que jogava, sobretudo).
A transcendência e a maioridade chegaram naquele (hoje, reconheçamos com tristeza) fatídico dia de Maio de 1994. As lágrimas quase escorrem a minha face, os meus dedos. Para um adolescente de 13 anos, benfiquista de todos-os-dias, presenciar um jovem atleta do clube a arrasar por completo, quase sozinho, uma boa equipa do Sporting, em pleno José Alvalade, foi uma aparição. Um surgimento.
Desconsegui compreender aquilo, até hoje mesmo não sei que palavras hei-de empregar para uma descrição boa. Talvez tenham sido três momentos de perfeição, de atingir o céu com o pontapé numa bola.
A perfeição - parecia uma mulher de olhos sinceros, boca grossa, robusta e de perna longa. O meu '8' era assim.
(Claro que a história do João Pinto no Benfica tem uma série de outros episódios, episódios que dariam uma boa mini-série televisiva: para mim, fica a grata recordação de um homem que deu tudo ao clube. E que, de certa forma, sempre se assumiu como adulto cedo demais.
Foi prejudicado por isso - nunca deveria ter sido 'capitão' naquela altura. Não era homem o suficiente. Depois teve azar, porque apanhou o Benfica na sua era desgraçada. E aqui também não soube ser forte, porque sempre quis assumir uma força no balneário que não era sua. Depois de abandonar o Benfica (ou melhor, de ser escorraçado pelo Benfica), desinteressou-me: já tinha atingido o máximo.)
Era Verão. Férias. Estava calor e Lisboa tinha um aspecto denso, abafado mas calmo e agradável ao mesmo tempo. Era Verão, repito.
Teria uns 13 anos a caminho dos 14 e aquele rapaz franzino, leve, que equipava sempre com o número 8, era agora capitão do Benfica. Artur Jorge, o pretendido, chegara no defeso para pegar num título nacional brilhantemente conquistado pelo João (foi mesmo assim, até se não existisse o célebre e incrível 3 - 6), quando ele ainda era um gajo como nós.
Um miúdo de 22 anos ou quê, igual a mim - franzino, leve, jovem. Claro que futebolisticamente falando o João Pinto tinha habilidade, sabia jogar, era dinâmico e inteligente. Fazia golos e tornava-se, naturalmente, um líder dentro de campo (pelo que jogava, sobretudo).
A transcendência e a maioridade chegaram naquele (hoje, reconheçamos com tristeza) fatídico dia de Maio de 1994. As lágrimas quase escorrem a minha face, os meus dedos. Para um adolescente de 13 anos, benfiquista de todos-os-dias, presenciar um jovem atleta do clube a arrasar por completo, quase sozinho, uma boa equipa do Sporting, em pleno José Alvalade, foi uma aparição. Um surgimento.
Desconsegui compreender aquilo, até hoje mesmo não sei que palavras hei-de empregar para uma descrição boa. Talvez tenham sido três momentos de perfeição, de atingir o céu com o pontapé numa bola.
A perfeição - parecia uma mulher de olhos sinceros, boca grossa, robusta e de perna longa. O meu '8' era assim.
(Claro que a história do João Pinto no Benfica tem uma série de outros episódios, episódios que dariam uma boa mini-série televisiva: para mim, fica a grata recordação de um homem que deu tudo ao clube. E que, de certa forma, sempre se assumiu como adulto cedo demais.
Foi prejudicado por isso - nunca deveria ter sido 'capitão' naquela altura. Não era homem o suficiente. Depois teve azar, porque apanhou o Benfica na sua era desgraçada. E aqui também não soube ser forte, porque sempre quis assumir uma força no balneário que não era sua. Depois de abandonar o Benfica (ou melhor, de ser escorraçado pelo Benfica), desinteressou-me: já tinha atingido o máximo.)
2 Comments:
pensei que o blog tinha morrido.Apesar do conteudo de gosto mais que duvidoso ;) é um espaço que se le bem!
VEDETA DA BOLA voltou !
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