quinta-feira, novembro 29, 2007

Não queres tu mas quero eu e eles também

Ao contrário do Quetzal, não achei que os jogadores do Benfica a determinada altura tenham percebido 'que ganhavam mais em preencher os espaços do que em correr atrás da bola' (a equipa esteve quase sempre bem posicionada e houve bastantes vezes que 'correram atrás da bola' sim, e muito bem, com o Petit a assumir este trabalho 'sujo' de forma quase fantasmagórica), nem faz qualquer sentido dizer que 'Camacho ficou a meio caminho do acerto nas suas substituições', até porque a equipa jogava bem e assim continuou, mesmo com o Di Maria a não conseguir entrar no jogo.

De resto, a suposta 'quase falta de pernas' parece-me um argumento quase-ridículo, quando, ainda por cima contra uma equipa italiana (sempre bastante bem preparados fisicamente, como sabemos) e actual campeã da europa, a equipa joga a segunda parte inteira a 100 à hora e deixa-os nas cordas grande parte do tempo.

Ontem ficou demonstrado que o Benfica, com este treinador, não deve nada a nehuma equipa portuguesa, FC Porco incluído.

Com um bom guarda-redes, dois centrais que prometem uma parceria gloriosa (David Luiz é uma máquina, senhores!; Luisão está a jogar muito bem e ainda vai melhorar), com o Petit a demonstrar contra o Milan o jogador de grande categoria que é - impressiona qualquer apreciador ver um atleta que esteve de fora, lesionado por 2 meses, reaparecer com um nível técnico altíssimo, aliado a um posicionamento táctico quase irrepreensível e a uma disponibilidade física e mental que assusta -, e depois Léo, Bynia, Katso, Rui Costa, Maxi Pereira (que golo!, que jogo!, que... surpresa de jogador!), Rodriguez, Cardozo, Di Maria e Adu, mais Nuno Gomes (ele e o Luís Filipe fizeram um excelente jogo, ao contrário do que é habitual), deixam-me descansado. E nada amargo.

Sabemos que 2 ou 3 jogadores vão reforçar a equipa em Janeiro e, com Camacho no clube, isto é sinónimo de qualidade.

Espero ainda, sinceramante, que o Benfica ganhe na Ucrânia (vai ser um jogo super difícil): esta equipa, estes jogadores e este treinador merecem estar na UEFA e, mais do que isso, precisam de lá estar. Com a quantidade de jogadores novos (no clube e no B.I.) que o plantel tem é imperioso continuarem a fazer jogos europeus, até para se recolher essa experiência e esse ritmo mais à frente. O David Luiz fez ontem a primeira aparição na Champions - e foi como foi -, já o imaginaram com 10 ou 20 jogos destes no lombo?

É evidente que a participação na Champions foi 'de menos' - tenho perfeita consciência que, ao contrário do Sporting, a Taça UEFA não era o 'objectivo máximo' a atingir, e que o grupo, como sempre soubemos, estava perfeitamente ao nosso alcance. Só que aquele início de época resultou num desequilibrio que durou 2 ou 3 meses, naturalmente. E o jogo em casa com Shaktar foi o único que me deixou um sabor amargo. Pela pobre exibição, sobretudo.

2 Comments:

Blogger Renato said...

este treinador??
mas o Camacho fez alguma coisa como treinador para ter tanto crédito..ou ganhar uma taça ao Mourinho chega?

quinta-feira, novembro 29, 2007 9:09:00 da tarde  
Blogger Quetzal Guzman said...

Edson, antes de mais tenho a dizer que aquela não é uma análise muito fundamentada do jogo. Cheguei nitidamente frustrado a casa. Irritado, até, por ter acreditado que era possível matar o borrego. Mas acedo a dar umas justificações.

Um jogador pressionar a bola nunca é errado. Mas ter toda a equipa a movimentar-se na direcção da bola (ansiedade provavelmente) e abrir espaços para o adversário, ainda mais quando este roda os seus jogadores de meio-campo na perfeição, é errado e perigoso. E foi isso que vi no estádio durante o primeiro quarto de hora. O Milan, sem dificuldade, fazia a bola chegar lá à frente e encontrava sempre jogadores soltos. Até o Brochi! E custa estar na bancada e sentir, assim que sai o passe para o Pirlo, que "esta tá lá dentro".

Quando digo que talvez (possibilidade e não certeza) tenham faltado pernas, refiro-me apenas aos últimos 10 minutos. Lá no estádio deu a sensação que alguns jogadores quebraram, o que é perfeitamente natural atendendo, tal como referiste, à velocidade a que jogou durante o resto do jogo. E isto seria sempre uma justificação para o empate e não uma crítica, até porque o Benfica, ultrapassado o período de estabilização de métodos de trabalho, tem demonstrado bons indices fisicos.
Quanto às substituições, não discordando das entradas, as minhas opções de saída seriam outras. Continuo a achar que o Benfica não pode jogar com Cardozo da mesma forma que joga com Nuno Gomes, logo, a troca directa em nada nos beneficia. Poder-se-ia ter sacrificado o Katsou ou um dos centrais, recuando-se Rui Costa, por exemplo. E Maxi, na minha opinião deveria ter saído. Claro que prefiro o uruguaio ao Luis Filipe. É, aliás, o meu jogador preferido para ocupar a posição de lateral direito (é menos explosivo, mas mais equilibrado que o Nélson). Mas o Luis Filipe parecia estar muito menos desgastado que o uruguaio.

sexta-feira, novembro 30, 2007 2:36:00 da tarde  

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