segunda-feira, junho 18, 2007

Formação?, qual formação?

Este final de época tem sido movimentado no que a competições jovens diz respeito. Ao já tradicional 'Torneio de Toulon', juntaram-se o Europeu Sub-21 e, daqui a duas semanas, terá inicio mais um Mundial Sub-20. Denominador comum - a participação de selecções portuguesas.

Vários jogadores do Benfica - alguns já ex-jogadores, atenção - estiveram, estão ou vão participar nas competições mencionadas. Uma equipa campeã, competitiva e forte não se faz, infelizmente para o Sporting, com miúdos. Esta é uma regra básica do futebol e, salvo raras excepções (só me recordo do Ajax, mesmo assim com alguns 'veteranos' a aguentar o barco), tem-se confirmado a tal regra.

No meio destes jovens todos, duas histórias assaltaram a minha memória.

Uma delas está relacionada com o defesa-esquerdo Tiago Gomes. Só quem tem apenas um olho (e mesmo assim, alguns 'vivos' não se deixariam ficar) não vislumbra qualidades neste rapaz.

Ok, eu sei que temos um treinador que só tem um olho, e ainda por cima é cego (Tiago Gomes, n'A Bola de hoje, diz apenas isto, «o Fernando Santos não gosta de mim. É um treinador duro, nunca lhe ouvi uma palavra de incentivo. Aliás, até foram poucas as palavras que me dirigiu durante o estágio, o que me desmotivou bastante e acabei por não conseguir fazer bons jogos») - só serve para cagar.

Eu sei que temos um director-desportivo-que-não-é-director-desportivo-mas-que-contrata-e-negoceia-jogadores-para-o-Benfica-como-se-o-fosse. É também um comissionista barato e malcriado, adepto engavetado do FC Porco e ex-emigrante no Luxemburgo o que, convenhamos, não abona nada a seu favor.

Mesmo assim, algo corre mal, e já lá vão várias épocas, para não falar em anos, décadas, até.

Ora, mais uma vez o Tiago Gomes demonstrou qualidades, fez boas apresentações e faz por merecer uma oportunidade, nem que seja a treinar com a equipa todos os dias, porque para ser emprestado e não jogar, mais vale não o ser. Como aconteceu esta época no Estrela da Amadora, por exemplo. Ao Record, o observador do Ajax em Toulon, desfez-se em elogios, «o Benfica não o quer? Vou dar indicações mais aprofundadas sobre ele. Tem muita técnica, é mentalmente forte e excelente nos cruzamentos» e adorou o Pelé, outro miúdo que passou pelo Benfica B, «excelente técnica, muito bom com os dois pés e uma mentalidade de ferro. É o tipo de jogador que todos os clubes europeus procuram para o meio-campo», sem a mínima chance.

Juro que não compreendo a dificuldade em rentabilizar os miúdos que sempre deram tudo pelo clube, muitas vezes sem as mínimas condições de trabalho e dirigidos por pessoas incompetentes. Estes rapazes são internacionais, já têm experiência acumulada em torneios, selecções e representações várias. Podem não ser titulares mas fazem uma segunda linha com garra, juventude e coração.

Aos nomes referidos junto ainda o João Coimbra e o João Pereira, e destaco o Manuel Fernandes, pelo jogador excelente que é, pela personalidade e qualidade. À espreita fica o Pedro Correia.

7 Comments:

Blogger PWFH said...

MAI NADA !!!
Subescrevo na totalidade.
Pelo que vi do João Pereira ... gostei. Quanto ao Manuel, a forma como saiu do Benfica ... tá uma história mal contada.
Abraço Edson

segunda-feira, junho 18, 2007 7:19:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olha eu então não reconheço qualidades ao Tiago Gomes para estar no plantel do Benfica. É pior que o Léo e que o Miguelito, e esta epoca pouco jogou no Estrela. Ora então se fosse a "super estrela" que os olheiros do Ajax e PSG apregoam, certamente teria jogado mais este ano no clube aonde esteve emprestado.

segunda-feira, junho 18, 2007 9:19:00 da tarde  
Blogger Sir said...

Mediocridade?

segunda-feira, junho 18, 2007 11:58:00 da tarde  
Blogger Quetzal Guzman said...

Nunca consegui ter opinião formada sobre o Tiago Gomes. Umas vezes gosto, outras vezes irrito-me.
O Coimbra, para já, não me parece acrescentar nada ao Benfica. Dá a ideia que ficou por lá pelo físico. Aliás, o Benfica parece ter essa fixação. Recuando até à pre-época de Koeman. Vilela pareceu ser sempre o jogador mais apreciado pela equipa técnica, enquanto os adeptos depositavam mais esperanças no Hélio Roque. Eu pessoalmente tenho pena que o Hélio não tenha oportunidades na nossa equipa profissional. Acho que se fazia um jogador muito interessante.

terça-feira, junho 19, 2007 12:36:00 da tarde  
Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Não está aqui em causa opiniões pessoais relativas a este ou aquele jogador.

Chiça, o futebol irrita-me por isso mesmo, e cada vez mais!

Estas "coisas" têm a ver com uma questão de política desportiva, coerente e racional!

Se vamos falar de opiniões pessoais, então eu pego no teu argumento, Quetzal, - «umas vezes gosto, outras vezes irrito-me» - e aplico-o a jogadores como o Miguel Veloso e o Maniche, por exemplo.

Mas o que é que interessa a minha opinião?

O que é certo é que por uma questão de "política desportiva" estes dois exemplos tiveram oportunidades, cresceram e desenvolveram-se, ou seja, deram-lhe um espaço e eles aproveitaram.

É exactamente isso que tem faltado no Benfica. Chamem-se eles Hélio, Manuel, Justino ou Frederico.

terça-feira, junho 19, 2007 2:17:00 da tarde  
Blogger Quetzal Guzman said...

Tens razão. Apetecia-me dizer que se os jogadores não tiverem qualidade, não há aposta que ersista. Mas ainda há pouco cruzei-me com um vizinho que estava a ter uma conversa interessante ao telefone. "Ele não tem tido sorte. Esteve no Penafiel mas não lhe deram oportunidade e agora anda pelo (nome imperceptivel de um qualquer clube regional)" E a porcaria da sorte é mesmo determinante. O Tiago Gomes, lá está, não tem sorte. Se não disputa partidos oficiais, um gajo sabe lá o que ele vale. E o mesmo se passa com o Hélio Roque. Um gajo olha para os números e vê que ele até foi utilizado no Vitória e no CDOM. Mas depois olhas para os minutos... E sabendo nós que ninguém se preocupa em observar os jogadores, que devemos esperar dos nossos responsáveis? Qualquer coisa do género: "O gajo nem no clube a que foi emprestado joga... Deixai-o ir." Porque nem sequer há a preocupação em perceber os motivos da sua escassa utilização. E até temos um exemplo contrário. O Bruno Aguiar não era nada de especial, mas como era titular no ALverca, já tinhamos jogador. Depois admirámo-nos - também eu embarquei na ilusão - com um rendimento abaixo das expectativas. Enfim, somos um clube que prefere dispensar um lateral de raiz formado em casa para ficar com um adaptado que, a qualquer momento pode, e foi, ser 'transferido' pelo seu clube de origem... E já nem vou relembrar o caso Manuel Currto que é para não me irritar...

terça-feira, junho 19, 2007 3:20:00 da tarde  
Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Pois é Quetzal, é mais ou menos isso que eu acho.

Se agora há uma 'Academia' (podem chamar-lhe o que quiserem) e depois não se aposta (e 'apostar' não significa que seja titular todos os jogos e todos os minutos) nos miúdos que de lá saem, então como vão rentabilizar aquela infra-estrutura?

Se preferem não ter uma única alternativa ao Nélson em vez de ficar com o João Pereira que, apesar de malcriado, é um jogador interessante e que, por acaso, até faz mais do que uma posição, qual é a definição deles para 'formação'?

Quando um dos miúdos com contrato mais alongado, como é o caso do Tiago Gomes (e se assim é, é porque é melhor do que os outros), diz isto - «é um treinador duro, nunca lhe ouvi uma palavra de incentivo. Aliás, até foram poucas as palavras que me dirigiu durante o estágio» - do treinador, então estão à espera de quê?

Relembro que muitos dos jogadores aqui referidos fazem parte da mesma geração.

O João Coimbra tirava o lugar ao Moutinho nos sub-17;

O Tiago Gomes e o Manuel Curto eram das principais figuras dessa equipa;

Já o Miguel Veloso, por exemplo, era uma desgraça como defesa-central!

Agora vamos comparar o nível actual deles, o trabalho realizado, e o espaço que deram a cada um dos atletas! (E acho que não preciso escrever mais nada.)

Repito: formação?, qual formação?

terça-feira, junho 19, 2007 5:37:00 da tarde  

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