segunda-feira, fevereiro 06, 2006

O Costa

[Mais uma jornada e outra decepção. Depois da (apesar de tudo) imprevisível vitória do Sporting frente ao meu Benfica, mais uma derrota e pelos mesmos números. Está certo - o Koeman fez aquilo que lhe "pedi". Está errado - eu ter-me enganado. Jogámos bem (que diferença em relação ao derby!), mas jogar bem e falhar golos feitos é sinónimo de equipa fraca. Temos pena (e esperança, porra). O Robert é, evidentemente, um excelente jogador - aquela perna esquerda parece uma espingarda. E eu gosto de tiros (à baliza, claro).]

Os portugueses gostam de diminutivos.

«Então Zéi, já "fizestes" o trabalhinho tode?» (normalmente é um trabalho de Golias, que leva dias e horas e meses).

«Já pá. Custou mas foi - olha, não queres ir beber um cafézinho, hum?» (normalmente é um café que leva duas horas a ser ingerido e digerido - de preferência com um Vat69, on the rocks).

«Claro, sócio. Siga lá, agora tenho uma horinha livre» (a regra é clara: tem a tarde livre, portanto).

Eu não gosto do Costa. O Costa é frangueiro. É do Sporting (ou já foi, não me interessa). É do Boavista (ou já foi, também não me interessa). É do União de Leiria, e eu não aprecio aqueles camaradas. O Costa, para além destes defeitos, que são óbvios, não cumpre as regras do léxico português - um Costinha é, devia ser, um grande guarda-redes.

Não é, por isso é o "Costa". Solo - sem o inha.

Acontece que o senhor, perante onze mantos sagrados e uma bola que, tradicionalmente, se encontra em rota de colisão com a suas próprias redes, decide transformar-se num "Costinha". Grande, enorme, cheio de reflexos e elasticidade e rapidez e essas coisas boas num guarda-redes bom.

Desde o jogo com o Porto que ele passou a ser, para mim, o Costa. Aquele gajo que de vez em quando dá uns frangos e tal e «a gente rimes e brincames» («Ó Costa, eh eh, és mesmo fraquinho pá, não defendes um car(v)alho») .

De vez em quando, enfia-se pela cabine do árbitro e transforma-se num "Costinha" (num grande guarda-redes, portanto). Quem se lixa é o Benfilhão. Claro.

5 Comments:

Blogger Quetzal Guzman said...

Dois pontas de lança só com alas que defendam. O Robert não gosta de defender, logo, com ele em campo só o 4-3-3 serve.
E não gostei nada do Marcel...

terça-feira, fevereiro 07, 2006 11:58:00 da manhã  
Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Alas tipo Simão e Geovanni, defensores consagrados, como quando fomos campeões?

Com certeza, temos visões diferentes do que é o futebol.

Eu conto, pelo menos, 3 jogadas claras de golo criadas pelo Marcel. O cabeceamento dele, na primeira parte, é simplesmente perfeito (e a defesa do Costa também). A jogada dele, na segunda parte, foi quase perfeita.

É um ponta-de-lança "de escola" - sabe movimentar-se, remata com os dois pés, é forte de cabeça, é fisicamente possante, é novo, sabe jogar de costas para a baliza.

Vejo muitas qualidades no senhor (e não é de hoje - fez uma grande época no Coritiba, foi à Selecção Olímpica incrivelmente eliminada no Pré-qualificação - tinham uma equipa incrível - e eu acompanhei alguns jogos dele nessa fase).

Apetece-me compará-lo com o Nuno. Aquela perdida aos 5 minutos é IMPRATICÁVEL. O Benfica, ou qualquer outra equipa, não pode falhar bolas daquelas. Não pode.

O Marcel tinha marcado com uma bomba apontada à cara do Costa. Se ele se pusesse à frente, ficava sem cabeça.

Eu gostei de o ver jogar. Mas não quis dizer - fez um jogo e um jogo vale isso mesmo. Zero.

terça-feira, fevereiro 07, 2006 12:54:00 da tarde  
Blogger Quetzal Guzman said...

Não te esqueças que fomos campeões a jogar em 4-3-3. Foi com o Assis que o nosso futebol estabilizou e passou a ser raro entramos em campo com dois pontas de lança de início.
O Geo e o Simão não são defensores consagrados mas ajudam. Aliás, na última época o desempenmho defensivo do Simão foi fundamental. O Geo tem dias... mas quando quer é vê-lo a recuar no terreno e a dar o corpinho ao manifesto. O Robert não desce, é um facto, e pressiona pouco. No futebol moderno tem de se denfender com pelo menos 8 jogadores. Em Leiria eram 7.

terça-feira, fevereiro 07, 2006 4:12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

PAPOILA SALTITANTE:
E porque é que o Karagounis não joga? Parece-me que talvez fosse a chave para segurar o jogo a meio-Campo, não é o nº10 clássico que vai desaparecendo do futebol, é mais trabalhador e raçudo e acho que podia ter mudado o jogo com o Sporting.
Acho que talvez não justifique a titularidade sempre, mas há jogos em dava jeito tê-lo a meio-campo. E não me digam que ele iria afunilar o jogo da equipa, porque mesmo sem ele isso já acontece.
Como ficaria a equipa? Saía um médio mais recuado? Um extremo cujo o trabalho também seria compensado pelo grego?
Não sei mas parece-me que sem meio-campo o Benfica arrisca-se a perder mais jogos em contra-ataques...

terça-feira, fevereiro 07, 2006 5:30:00 da tarde  
Blogger Quetzal Guzman said...

Sairia um avançado. Pessoalmente, penso que Karagounis seria mesmo a opção mais compatível com a ausência defensiva de Robert. Com Petit e Manuel Fernandes nas costas, claro, e Simão á direita. E a nível da meia distância, seria uma equipa com bastante poder de fogo.

terça-feira, fevereiro 07, 2006 7:26:00 da tarde  

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