domingo, janeiro 06, 2008

Triste...

Tinha três anos quando pela primeira vez vi o Benfica jogar ao vivo. Foi ali mesmo no Bonfim, a pouco mais de um quilómetro da minha casa. Na altura até era sócio do Vitória Futebol Clube, de forma a frequentar umas aulas de ginástica que o pediatra recomendara. Já me sentia benfiquista por herança paternal - apesar dos dois avós serem portistas e sportinguistas -, mas foi nessa tarde em que o Benfica marcou três golos que se concretizou, em definitivo, o fascínio por tudo o que rodeava o Clube. Transposta a porta de acesso ao interior do estádio, habituado que estava a ao verde e branco das bancadas, fui esmagado por um imenso mar vermelho, como se aquele tivesse sido sempre o estádio do Sport Lisboa e Benfica! Outros tempos...
Um ano depois mudei-me para a zona da Grande Lisboa e, apesar da proximidade geográfica, só voltei ao Bonfim em duas ocasiões. Ontem, à quarta presença, vi pela primeira vez o Benfica perder pontos. Surpreendente? Pouco. Na verdade, quase nem festejei o golo de Mantorras, tão desconfiado estava. Afinal de contas, quantos remates fizera já o Benfica naquela segunda parte? Que me recorde, nenhum. O desconforto era de tal ordem, tantos cigarros se acendiam, tantas vezes se contemplava a negritude do céu num misto de fé e desespero, que nem me apercebera da confusão entre Luisão e Katsouranis. Atónito fiquei quando à saída me contaram o sucedido e pior fiquei ao olhar a capa d'A Bola esta manhã!
O que me deixa mais incomodado, no entanto, é, 14 jornadas depois, voltar a ver o Benfica morrer na praia. É bom recordar os pontos que o Benfica, na época passada, perdeu nos minutos finais dos jogos. Um bocadinho mais de concentração num desses jogos tinha-lhe valido o título. Este ano, as distracções podem permitir uma perigosa aproximação do Vitória de Guimarães.