quinta-feira, maio 25, 2006

memórias futuras (esperamos nós, benfiquistas)

« toma lá um jersey destes para vibrares como só tu sabes

Portugal - Austrália, Campeonato do Mundo sub-20. Rui Costa, com o número 4 por la espalda, resolve o jogo com uma bomba a uns bons trinta metros. Mark Bosnich (snif, snif) nem a cheirou.

Arsenal - Benfica, Pré da primeira Champions. Sven-goran surpreende tudo e todos ao apresentar o «número 4 dos miúdos» a titular. Nasceu um craque, ainda está para nascer o sucedâneo.

Benfica - FC Porto, primeira jornada da segunda volta da época 1993/94. «Come as you are», cantava Cobain, à mesma hora, num bestial registo antológico. Rui faz o segundo e José Carlos Mozer, mesmo sem facturar, faz o três-e-zero na cara do F. Couto (ou vice-versa).

Na mesma época, meias-finais da (já extinta) Taça das Taças. Rui assina contrato com a Itália, depois de deslumbrar Zola, Asprilla, Apolloni, Minotti, Benarrivo e ragazzi. Bravo!

(Rui Costa passa doze anni à Itália e ganha tutti. Supertaça, Taça, Liga, Liga dos Campeões e Supertaça Europeia. O regista preferido dos italianos (eleito por duas vezes como tal) representa dois clubes. Fiorentina, onde pintou dos mais belos quadros daquela societá e, claro, Milan, onde se estreou com uma série de infortúnios (quebrou o pulso, várias lesões musculares) , premonitórios, quiçá, de uma série de êxitos consecutivos.)

Finalizo com aquele que foi, para mim, o momento mais interessante do Euro-2004. Depois de acusado e rebaixado por uma crítica muito criticável, depois de uma estreia no Estádio do Dragão e na cidade onde o assobiaram num célebre Portugal-Brasil - «Alô, seu Deco, sê está aí?» -, Rui faz do coração as suas tripas (à moda do Puorto, salvé) e faz isto:

«Olha o Rui Costa na meia-lua de Portugal, tem espaço para progredir no terreno, [já estamos no prolongamento, 1-1 no marcador], encara Phil Neville, guina à direita, não tem espaço, guina para a esquerda, Neville tenta puxar Rui Costa [uma força qualquer, interior, derruba Neville no relvado]. TEM ESPAÇO, VAI SOLTAR A BOMBA, SOLTOU........

GOOOOOOOOOOOLAÇOOOOO! Éééééééééééé de Portugaaaaaaaal!!

MANUEL RUI COSTAAAAAAAAAA!!!!!».

Nunca me hei-de esquecer do som daquela bola ao arrebatar, fulminante, as redes inglesas.

5 Comments:

Blogger Quetzal Guzman said...

E o esgar de felicidade expresso no seu rosto? Brutal! Neste excelente post, falta-te apenas menção ao facto do Rui ter sido rei das assistências na época em que o Milan venceu a Liga dos Campeões.
E agora, uma perguntinha para ver se me ajudas a constatar um facto. Recordas aí um golo marcado ao Porto, na baliza norte da Luz. Ao serviço da selecção, lembras-te de algum golo nessa baliza? Austrália, Brasil, Irlanda, Hungria e Inglaterra (são os que me vêm à cabeça), tudo na Sul! Lembro-me de, frente à Grécia, ver o Rui a remar contra a maré e pensar: "Será desta?" Pese o esforço, não foi...

sexta-feira, maio 26, 2006 2:17:00 da manhã  
Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Quetzal,

Falta-me mencionar muita coisa. Este foi apenas um exercício de memória.

Mal acabei de escrever a posta, lembrei-me logo daquela chapelada à Irlanda, condimentada com uma molha das antigas - agora, a Luz é coberta.

Esse pormenor da baliza nunca tinha reparado, mas é bem curioso.

E, claro, a referência ao Rei das Assistências Europeias foi muito pertinente - lembras-te da joga que o menino fez num 0-4 do Milan na Corunha?

Foram "só" três passes para golo, qual deles o melhor.

sexta-feira, maio 26, 2006 12:15:00 da tarde  
Blogger Pedro Neto said...

Excelente post!

sexta-feira, maio 26, 2006 9:28:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Este foi dos mais belos posts dedicados ao NOSSO RUI,que já li em toda a blogosfera.

Obrigado!!

terça-feira, maio 30, 2006 1:36:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Uma das assistências magistrias perpretadas pelo Rui, e que me ficou para sempre na memória, foi aquela ao Shevchenko contra o FCPorto em 2003.

Resultado: 0-1 para o Milan, Supertaça Europeia no papo.

Lindo!

terça-feira, maio 30, 2006 1:40:00 da tarde  

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