sábado, abril 12, 2008

O regresso da chapa 3!

Nove anos, se a memória não me atraiçoa. É verdade que no ano do último título tivémos, em três ocasiões, que aturar adeptos adversários a festejar um trio de golos em nossa casa. Mas em nenhum desses jogos o Benfica saíu derrotado. Derrota, que me recorde, só a de Toni frente ao Paços. Mas aí Roger até bisou. É preciso recuar até uma tarde de Abril (ou Março?) de 1999, em que Souness estreou novos laterais - Gary Charles e Steve Harkness - frente ao Boavista e viu Paulo Madeira iniciar uma série de erros defensivos que muito feliz deixaram Ayew e Cia, para encontrar uma chapa 3 em casa.
Ontem não foi muito diferente. Luisão cedo fez uma assistência para golo que permitiu à Académica estabilizar o seu jogo em zona defensiva e lançar perigosos contra-ataques contra uma equipa surpreendentemente apática. Pouco tardou para que mais dois erros defensivos tenham proporcionado novo golo à Académica. Léo inventou, levou amarelo e viu Nuno Gomes falhar redondamente na marcação ao seu adversário directo.
A entrada de Di Maria espevitou o Benfica e os últimos dez minutos deixaram nas bancadas a esperança de uma reviravolta na atitude dos jogadores para a segunda parte. Mas a Académica jogava bem, ocupava bem os espaços, pressionava nos momentos e locais certos e, invariavelmente, ganhava as bolas divididas a meio-campo. Em muitos momentos, dada a calma com que os academistas jogavam e a falta de confiança que os jogadores do Benfica demonstravam, pareciamos nós o clube pequeno que jogava fora de casa. A vinte minutos do fim lá veio mais um golo surreal.
É mesmo verdade que há dias em que não se deve sair de casa, mesmo que esse seja o 'Dia da Águia', e passei o resto do jogo a pensar se não seria preferível retirar a equipa de campo. Na secretaria perderíamos na mesma por 0-3 e sempre poupávamos a malta para a meia-final da Taça. Esperto foi o Cardoso.
Quarta-feira lá estarei na toca do inimigo com a convicção, ou ilusão, de que este último jogo não passou de um mero acidente de percurso.

"É! Eu também acho isso..."

Ao abandonar as imediações da Luz cruzei-me com Léo. Visivelmente aborrecido - todos no estádio perceberam que o "Maradoninha" não gostou de ser substituído -, nem por isso se furtou a parar a viatura e cumprimentar alguns adeptos que permaneciam à saída da garagem. Aproveitei a oportunidade e dirigi-me à sua janela quando se preparava para arrancar. Da curta conversa deu para perceber a tristeza que vai na alma do brasileiro, embora diga que espera até ao fim da época para definir o seu futuro. No entanto, quando alguém manifestou o seu apoio, independentemente do que vier a decidir, um duro e real comentário fez-se ouvir: "se calhar há aqui gajos que não te merecem". A resposta de Léo foi imediata: "É! Eu também acho isso..."

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quarta-feira, abril 09, 2008

Apito

O problema da arbitragem portuguesa e dos Lucílios e Cosmes e Coroados é apenas um, na minha opinião: a falta de qualidade - ou de 'jeito', como disse o intratatável Jorge Jesus ainda há poucos dias - dos intervenientes.

A questão essencial será: porque raio ascendem determinados artistas à primeira categoria (alguns chegam mesmo a ser 'internacionais'), muitos sem apetência, sem visão e sem autoridade dentro de campo? Há árbitros que não apresentam a mínima capacidade para entender uma partida 'de bola'.

Para mim, um dos principais entraves para o desenvolvimento sério da arbitragem portuguesa está no sistema de observação e avaliação dos árbitros - só os que estão bem relacionados têm boas avaliações, o que acaba por minar uma certa 'cultura de mérito' que deve prevalecer em competições deste género. Apenas os melhores árbitros devem ser mantidos no sistema.

Pelo que sabemos até agora do famoso - deve ser pelas piores razões, porque eu não me lembro de ter conhecido um apito-que-não-apita! - 'Apito Dourado', era ali, nas promoções e despromoções e classificações de árbitros, onde os 'players' jogavam parte do esquema táctico preconizador de pressões altas e conveniências várias (putas inclusive).

Ora bem, até agora, não tem sido possível eliminar este polvo que agarra, literalmente e de forma quase fantástica, praticamente todos os clubes que participam ou participaram nas competições profissionais. É esta a única explicação para tamanha inércia em relação a uma mudança mais ou menos simples, que a curto prazo (e gerida convenientemente) poderia trazer um novo método: eliminar ou reformular as classificações - e consequentes 'ões', claro.

Não seria nem milagroso nem mágico, obviamente, mas se este decisivo processo fosse mais justo, talvez as arbitragens fossem mais justas.

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domingo, abril 06, 2008

O bom e velho Lucílio...

Ri-me quando ouvi Coroado na Antena 1 a escassos minutos do início da partida. Dizia ele que Lucílio Batista perdera finalmente o mau hábito de proteger quem actua "entre muros". Mas afinal o Restelo foi (ou não) uma mera excepção. Depois digam que o Chalana é maluco.

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quinta-feira, abril 03, 2008

Porque hoje joga a lagartada...

...dou os parabéns a Miguel Veloso pelo feito do fim de semana. Nove meses depois do rapaz ter sido apelidado de "especialista", lá conseguiu marcar um golito de livre directo.

quarta-feira, abril 02, 2008

Cristiano Ronaldo já é história

Hoje, depois de terem levado mais um banho de bola de Alex Ferguson, Ronaldo e Rooney, determinados 'agentes doentios' (aqui e aqui) da AS Roma voltaram ao ataque: será que as consecutivas derrotas averbadas junto dos ingleses não chegam para calar estes italianos?

A única coisa que me apraz criticar é o futebol despiciendo e mal engomado, praticado por uns quantos senhores que equipam umas malhas côr de vinho, assinadas como 'AS Roma'. Esta equipa tem vários jogadores que falam (e batem) e ganham muito, mas jogam sinceramente pouco.

O Cristiano Ronaldo é um jogador de qualidade acima de quaisquer dúvidas e, caso mantenha a sua atitude e força mental (sobretudo estas), não terei dúvidas em afirmar que entrará para a história do desporto.

Tudo o resto que for dito, das duas uma: ou não gostam de futebol (em Itália, por vezes, parece que fazem tudo para o assassinar), ou admiram-no mas não o compreendem.

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